Outr'hora foi, hoje ainda é


O final do ano letivo chega a ser mais importante que o final do ano ordinário. É neste final de julho, após a época de recurso ter terminado, após todas as notas terem saído, que se fazem as típicas promessas: “Para o próximo semestre vou estudar mais!”, “Vou fazer um horário que concilie tudo!”.
A promessa é a mesma em todos os julhos por que temos vivendo. Aqueles que a cumprem… são raros. Muito raros.
No entanto, a esperança de um setembro (o janeiro dos estudantes) melhor renasce, tal como a certeza de que mais um verão inesquecível já vem a caminho, de encontro às nossas expectativas.
E é nesta preparação para um “ano melhor” que o nosso blog faz também uma pequena mudança, acrescentando uma nova rubrica. Desta vez são os nossos ex-tunos os protagonistas. Desafiados a relembrar o pretérito, escreverão memórias e recordações de um passado que para alguns não é muito longínquo; histórias e estórias por que passaram e por que anseiam contar; escreverão algo que nunca tiveram a oportunidade de dizer; passarão uma mensagem a todos os nossos leitores, mas em especial a todos aqueles que pertenceram e que pertencem à TAUA.
Um por um, cada qual mais irrequieto pela sua vez, temos a certeza que cada letra será escrita com o coração.



O primeiro desafiado é o nosso Marco Henriques, também conhecido como “SpongeBob”. Natural das Flores, deslocou-se para a cidade de Ponta Delgada com o intuito de estudar Comunicação Social e Cultura no ano de 2006. 

Entrou na tuna no dia 25 de abril de 2007, tendo passado a tuno cerca de um ano e meio depois, no dia 1 de outubro de 2008.


Após ter tirado o curso, exerceu no jornal regional “Diário dos Açores”, mas acabou por migrar para Lisboa algum tempo depois, onde se encontra a residir atualmente.


Foi com muita pena nossa que deixou a tuna definitivamente no dia 21 de março de 2014, passando o testemunho à sua irmã (Marta Henriques), entregando-lhe o voto de caloiro no mesmo dia, minutos antes da sua última subida a palco.

Marco e Marta Henriques

Desde já, Marco, um obrigado pela dedicação e, também, pelas palavras.


“Tuno uma vez, Tuno para sempre.”







Cara TAUA e ilustres fãs,
Então, pelos vistos os exames estão feitos e o ano lectivo está encerrado! A menos que o Sr. Ministro da Educação legisle sobre o antecipar das aulas no Ensino Superior em uma semana ou mande uma carta a mim e aos velhinhos licenciados da UAc para voltarmos às aulas, todos ficarão bronzeados nessas Ilhas de Encanto.
Confesso que o Verão nas Flores nos tempos da Universidade eram diferentes no meu tempo do que serão, por exemplo, os da caloira Marta (essa jovem promessa do cavaquinho regional), mais não fosse pela falta de rede móvel, fibra óptica ou mesmo das badaladas low cost para a malta ir curtir os festivais a “Cuba”. No entanto, uma coisa é certa, a TAUA, como tudo aquilo que envolve o ‘nosso’ ano lectivo, estará sempre presente até Setembro… ou quando o Morais decidir regressar às aulas.
Este ano foi, certamente, marcante para a maior parte de vocês que vivenciaram muito daquele que é considerado o verdadeiro espírito académico: passaram com distinção todas as vossas cadeiras, [muitos] benzeram e queimaram as fitas das vossas vidas e, simultaneamente, curtiram à brava, não fosse os Açores uma região de bravos, marinheiros e festivaleiros.
A meio deste percurso lectivo tive oportunidade de estar perto desta rebeldia extremamente contagiante. No rectângulo, na terra do Lis, honraram a bandeira que representam livres como Zeca Afonso ordenou e voltaram para a capital das ilhas seguramente muito mais ricos, pelo menos 5 vezes mais ricos.
Podia dizer que devem continuar assim, que devem aproveitar ao máximo tudo aquilo que têm conseguido nas vossas vidas académicas, mas vocês sabem disso. O que vos quero dizer é o seguinte: mesmo com pedras nos rins vale a pena estar com todos vós e mais tarde poderão ver como esse orgulho é bom (embora 1,5l de água custe mais a beber que a cevada).
Setembro “é já ali” por isso até lá, sozinhos ou com todos aqueles que forem encontrando nesses pedaços do Atlântico, continuem Sempre a Cantar.   

Este vosso fiel admirador
Sócio com as quotas em dia
Marco Henriques

Este texto foi escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.